A cruz confirma a validade da lei moral



Estar sob a graça de Cristo não significa que a lei moral tenha sido abolida na cruz. Nosso Salvador não veio ao mundo condenar e abolir a lei, mas o pecado, este sim o verdadeiro vilão da humanidade (Mateus 5:17; Romanos 8:1-4; Hebreus 9:28; I João 3:4-5).

É o pecado que precisa ser definitivamente abolido, e para isto Cristo veio.

Edward Heppenstall, em seu livro Nosso Sumo Sacerdote, pondera que se Deus não tivesse dispensado um tratamento adequado para o problema do pecado, se Ele, de algum modo, houvesse falhado em executar um juízo justo sobre esse vilão que tem afligido o planeta desde a queda de nossos primeiros pais, não poderíamos concluir que Deus aprova o pecado?

Se a desobediência à lei de Deus pudesse ser relevada sem um julgamento justo, não poderia então a expulsão de Satanás e seus anjos do céu ser considerada excessivamente rigorosa, e a expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden, como muito severa?

Ora, se o pecado pudesse ser perdoado sem um julgamento justo da parte de Deus, não teria Ele, então, modificado Sua maneira de agir desde a expulsão de Satanás e seus anjos do céu? Se a lei de Deus pudesse ser ab-rogada após todos esses anos, não estaria claro que a lei era muito exigente inicialmente e que a obediência jamais deveria ter sido requerida?

Se a pecaminosidade do homem pode agora anular o dever de obedecer aos Seus mandamentos, então Deus é quem deve ajustar-se à vontade de Suas criaturas, e não o contrário. Neste caso, o pecado não mais seria suficientemente sério a ponto de exigir tão grande sacrifício do Filho de Deus.

Longe de invalidar a lei, a cruz confirma suas santas reivindicações ao satisfazer uma exigência moral tanto do ponto de vista da redenção do homem, como da vindicação do caráter de Deus.

As necessidades morais envolvidas na expiação de Cristo sobre a cruz são reveladas pela manifestação de Seu amor (João 3:16) e justiça (Romanos 3:25-26). Se não houvesse tais necessidades, Deus certamente poderia ter redimido o homem sem a morte de Seu Filho.

Mas porque o sacrifício de Cristo primeiramente satisfaz necessidades da própria Divindade, ou seja, a demonstração cabal da justiça de Deus sem a qual a salvação não poderia vir, é que tão grande sacrifício se tornou necessário.

E porque a morte de Cristo revelou a justiça de Deus, é que se pode estabelecer um verdadeiro juízo sobre o pecado.

Redenção e vindicação completas


Na cruz, amor, justiça e juízo permanecem eternamente inseparáveis. Por meio de Cristo, Deus assume o juízo que pesava sobre os transgressores, honrando a lei enquanto justificava o culpado.

A expiação do Filho de Deus na cruz é a vindicação de um Deus justo - vindicação da lei moral de um Deus moral em um universo moral. Com base nesta verdade, os crentes são redimidos e transformados.

Se o objetivo do sacrifício de Cristo não fosse vindicar a lei de Deus e, ao mesmo tempo, justificar o culpado, então tal sacrifício perderia seu divino propósito, e os homens permaneceriam em seu estado natural de rebelião.

Mas se a lei de Deus só pode ser honrada, ou pela completa obediência do homem, ou por um adequado juízo sobre sua violação, e a lei foi abolida por Cristo na cruz, segue-se que o próprio conceito de pecado deixou de existir, pois neste caso não há mais um padrão moral para defini-lo.

Se não há pecado, não há necessidade de graça para a salvação, nem de capacitação divina para a obediência, nem tampouco de um juízo divino contra o pecado.

O apóstolo João rejeita esse perigoso ponto de vista ao advertir certa classe de pessoas que se orgulhavam de permanecer em Cristo, supondo estarem santificadas, mas que viviam em deliberada transgressão da lei de Deus:

Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei. Sabeis também que ele se manifestou para tirar os pecados, e nele não existe pecado. Todo aquele que permanece nele não vive pecando; todo aquele que vive pecando não o viu, nem o conheceu. (I João 3:4-6)

Por uma experiência cristã mais coerente


Os que pretendem seguir a Jesus, mas negligenciam os Seus mandamentos, enveredam por um caminho perigoso. Podem apresentar um sem número de argumentos em defesa de uma tradição ou crença religiosa, porém nunca poderão sustentar seu ponto de vista sem contradizer a Palavra de Deus.

Infelizmente, muitos não têm compreensão mais clara das Escrituras devido ao seu desprezo pelas verdades que não desejam praticar. Trata-se de uma questão de disposição, não de intelecto.

Deus não julgará as pessoas simplesmente por terem permanecido na mentira, mas por haverem desprezado o santo privilégio de conhecer a verdade (II Tessalonicenses 2:9-12). Diante de Deus, são indesculpáveis, visto que a verdade está ao alcance de todos os que desejam praticá-la (Deuteronômio 30:11-14; João 7:17).

Aqueles que realmente amam a Cristo guardarão a Sua lei (João 14:15). O que professa conhecê-lO, mas não obedece aos Seus mandamentos demonstra por sua conduta que não possui a verdade (I João 2:3-4).

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